No dia 13 de dezembro serão as provas do Processo Seletivo de Professores/Candidatos Temporários para atuarem nos Centros de Estudos de Línguas – CELs e nas Escolas Estaduais de Educação Indígena. O referido processo acontece no contexto de recentes decretos e resoluções do governo do estado que promovem a terceirização do ensino de línguas na escola. Apenas 12 dias antes das provas, a SEE publicou a resolução SE 87, que estabelece a bibliografia específica para cada língua. O tempo de difusão está longe de ser o suficiente, já que em todos os casos se trata de uma relação de livros bastante extensa e de não fácil obtenção no país. Mas no caso da bibliografia para espanhol, soma-se a esse problema outro, igualmente grave, de ordem política. Somente um dos 14 títulos da bibliografia é de produção nacional. Há dois de orientação teórica geral, de origem inglesa e norte-americana, e todos os outros 11 são espanhóis, sem qualquer reflexão sobre a vida da língua no Brasil, sobre suas relações com o português, nem sobre sua aprendizagem por brasileiros. Trata-se de uma atitude inaceitável, dado que existe uma amplíssima produção acadêmica e didática brasileira sobre espanhol, originada principalmente nas universidades do estado de São Paulo. A própria bibliografia de ITALIANO para o mesmo processo seletivo inclui dois títulos que são parte dessa produção da área de espanhol das nossas universidades, reconhecida nacional e internacionalmente. Por outra parte, o crescimento da demanda e oferta de ensino de espanhol está diretamente relacionado à integração regional, resultando incompreensível esse privilégio para a produção espanhola e o desconhecimento da produção nacional e dos países vizinhos. A atitude da SEE neste concurso é parte de um histórico de vínculo exclusivo com órgãos espanhóis e total desconhecimento da produção nacional, incluída a de suas próprias universidades. Esse histórico é visível no projeto “OYE” de formação precária de professores, desenvolvido com o Banco Santander e o Instituto Cervantes, na entrega da formação continuada à Consejeria de Educación da Embaixada da Espanha, ignorando as muitas propostas encaminhadas pelas universidades públicas, e nos decretos e resoluções que promovem a terceirização do ensino da língua. Devido a essa política, a Secretaria do Estado da Educação tem se recusado, desde o começo de 2009, a receber a APEESP e a responder as muitas solicitações de professores universitários que se opõem a suas consequências. Por isso, a APEESP procurou a união com outras entidades e promove, para o começo de 2010, um debate das políticas do governo na Comissão de Educação da Assembléia Legislativa. Chamamos todos os professores do espanhol do estado a se unirem a nossa mobilização e, especialmente aqueles que participarem no presente Processo Seletivo, realizarem conosco uma discussão posterior para avaliarmos, inclusive, a possibilidade de impugnar os resultados. Para tanto, pedimos aos interessados que nos enviem seus nomes completos e e-mails, já que isso facilitará a comunicação entre todos. Igualmente, solicitamos que deem ampla divulgação a este documento (e ao nosso site: http://www.apeesp.com.br ), pois certamente há interessados que ainda não se inscreveram na nossa lista. Exigimos: Concursos públicos e claros permanentes para espanhol no ensino curricular. Não à terceirização do ensino. Espanhol na escola para o desenvolvimento cultural do país e para a integração regional.
Processo seletivo para Centros de Línguas: mais um desmando da Secretaria da Educação
08/12/2009 por espanholdobrasil
Anúncios
Anexo II
Língua Espanhola
ALONSO, E. ¿Cómo ser profesor/a y querer seguir siéndolo? Madrid: Edelsa, 1994.
ALVES-SILVA, J. J. La adquisición y el aprendizaje de lenguas extranjeras: el caso del español en Brasil. São Paulo: Diálogos pelo caminho, 2004.
BORDÓN, T. La evaluación de la lengua en el marco de E/ L2: Bases y procedimientos. Madrid: Arco Libros – Muralla, 2006.
CASSANY, D.; SANZ PINYOL, G. y LUNA, M. Enseñar lengua. Barcelona: Graó, 1994.
CASSANY, D. Expresión escrita en L2/LE. Madrid: Arco Libros, 2005.
GIOVANNINI, A.; MARTÍN PERIS, E.; RODRÍGUEZ, M. y
SIMÓN, T. Profesor en acción 1,2,3. Madrid: Edelsa.
KRASHEN, S.D. Principles and practice in second language acquisition. Oxford: Pergamon Press Inc., 1982.
FERNÁNDEZ, S. (coord.) Tareas y proyectos en clase: español lengua extranjera. Madrid: Edinumen,
MIQUEL, L. y SANS, N. (coords.) Didáctica del español como lengua extranjera (4). Madrid: Fundación Actilibre-Colección
Expolingua, 1999.
RICHARDS, J. C.; LOICHART, C. Estrategias de reflexión sobre la enseñanza de idiomas. Madrid: Colección Cambridge de didáctica de lenguas. Cambridge University Press, 1998.
RICHARDS, J. C.; RODGERS, T.S. Enfoques y métodos en la enseñanza de lenguas. Cambridge: CUP, 2003.
SÁNCHEZ LOBATO, J. y SANTOS GARGALLO, I. (coords.) Vademécum para la formación de profesores. Enseñar español como segunda lengua (L2) / lengua extranjera (LE). Madrid: SGEL, 2004.
ZANÓN, J. (coord.) La enseñanza del español mediante tareas. Madrid: Edinumen, 1999.
Quando me inscrevi no site da vunesp não tinha opção pra espanhol e eu queria pra espanhol fui obrigada a escolher português, porque aconteceu isso?