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Archive for the ‘Artigos’ Category

Estimados colegas y amigos:
Les escribo para anunciarles la publicación del “Manual de escritura para carreras de humanidades”, editado por la Universidad de Buenos Aires.
El “Manual” puede descargarse gratuita y legalmente en https://discurso.files.wordpress.com/2014/12/manual.pdf  o adquirirse en versión papel personalmente en la Facultad de Filosofía y Letras (UBA) o por mail a publicavent@filo.uba.ar. Les estaremos agradecidos si pueden darle la máxima divulgación posible entre lectores interesados.
El libro fue elaborado por un equipo de 16 expertos en didáctica de la escritura académica y tutores de escritura en las disciplinas luego de una investigación-acción de tres años financiada por el Ministerio de Educación de la Nación. Cuenta con prólogos de Charles Bazerman y Liliana Cubo de Severino. Se organiza a partir de los géneros discursivos de formación, disciplinarmente situados, que los estudiantes de grado deben efectivamente elaborar en carreras de grado de humanidades.
¿Cuáles son las secciones de una monografía? ¿Es distinto leer en historia y en filosofía? ¿Cómo se prepara un examen final oral? ¿En qué se parece una reseña estudiantil a una experta? ¿Cuál es la diferencia entre describir, comparar y justificar? ¿Cómo se discute con las fuentes? ¿Qué enseñan, solicitan y corrigen los docentes? ¿Cómo se planifica la respuesta a un parcial?
Estas son algunas de las preguntas que el “Manual” intenta abordar. Para ello, brinda definiciones, testimonios, ejercicios, instructivos, ejemplares y bibliografía actualizada. No solo se enseña cómo se comunica en la universidad, sino que se proporcionan herramientas para identificar, negociar y adecuarse a las prácticas letradas de cada situación, cada género, cada materia y cada disciplina de humanidades. También se busca, en sentido más amplio, hacer aportes al desarrollo de la didáctica de la escritura en educación superior.
La utilización de materiales y testimonios auténticos, recolectados durante la investigación y probados en talleres de escritura, garantiza un vínculo fluido entre el “Manual” y las prácticas efectivas que busca enseñar. Está destinado a docentes de escritura, docentes de las asignaturas, estudiantes de grado, formadores docentes, y escritores que quieran mejorar sus competencias letradas.
Esperando que resulte de interés y provecho, los saludo cordialmente,
Dr. Federico Navarro
Universidad de Buenos Aires – Universidad Nacional de General Sarmiento – CONICET

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CELADA, María Teresa; FANJUL, Adrián; NOTHSTEIN, Susana (coord.): Lenguas en un espacio de integración. Acontecimientos, acciones, representaciones,  Buenos Aires, Biblos, 2010.

De próxima aparición, este libro es el resultado de un intercambio académico mantenido durante los últimos años entre programas de posgrado de tres universidades: Unicamp, UBA y USP y, más directamente, del trabajo desarrollado en el Proyecto “Planeamiento del lenguaje en el MERCOSUR: estudio glotopolítico y propuestas para la enseñanza media”, coordinado por Elvira Arnoux, y subsidiado por la “Agencia Nacional de Promoción Científica y Tecnológica” (ANPCyT – Argentina).

Por ese motivo cuenta con capítulos de varios autores –todos investigadores y alumnos de los programas referidos–, docentes de diversas instituciones de Brasil y Argentina.

Anticipo: vista sesgada de la presentación y el índice

Este libro reúne trabajos escritos en español y en portugués sobre cuestiones relevantes para la reflexión sobre el español, el portugués  y el guaraní, en el espacio de integración regional del Cono Sur. Se identifican y analizan acontecimientos, acciones y políticas vinculadas a estas lenguas y se estudian, también, diversas representaciones en torno a ellas desde varias perspectivas teóricas y contextuales.

La obra es fruto de un intercambio académico intenso entre investigadores de Brasil y Argentina, promovido por proyectos de investigación comprometidos con las problemáticas de la educación que afectan el espacio habitado por esas lenguas (…).

Maria Teresa Celada, Adrián Pablo Fanjul y Susana Nothstein

Índice

Presentación – Maria Teresa Celada, Adrián Pablo Fanjul y Susana Nothstein.

1. Elvira Narvaja de Arnoux (UBA)

Representaciones sociolingüísticas y construcción de identidades colectivas en el MERCOSUR.

2. Maria Teresa Celada (USP)

Memoria discursiva e imágenes de lenguas – Sobre el español en Brasil y apuntes sobre el portugués en la Argentina.

3. Greice de N. e Sousa (IFSP)

Língua Espanhola: “língua de cultura”, mas qual não é? O aprendiz brasileiro entre as línguas: espanhol e inglês.

4. Hélade Scutti Santos (University of Illinois at Urbana-Champaign)

Las representaciones sobre el español y el portugués brasileño en el proceso de aprendizaje de la lengua extranjera.

5. Marcos Maurício Alves da Silva (ESPM)

O espaço do aprendiz no contato com a língua espanhola: um espaço ficcional.

6. Leandro Alves Diniz  (PPG IEL/Unicamp)

Representações da língua portuguesa em livros didáticos brasileiros de ensino de português como língua estrangeira.

7. Susana Nothstein (UBA, UNGS) – Marco Rodríguez (UBA, IESLV “Juan Ramón Fernández”) –  Elena Valente (UBA, UNGS)

¿Qué significa enseñar una lengua extranjera para la integración regional? Representaciones del portugués en el material didáctico de la escuela media argentina.

8. Fernanda Castelano Rodrigues (UFSCar )

De “comunidade ibero-americana” a “países nossos vizinhos”: a designação de territórios objeto de integração em um projeto de lei de 1993.

9. Adrián Pablo Fanjul (USP)

São Paulo: o pior de todos. Quem ganha e o que se perde com a (não) introdução do espanhol na escola pública paulista.

10. Mateo Niro (UBA)

El guaraní como lengua oficial: entre el nacionalismo y la integración regional.


http://www.salvador.edu.ar/sitio/signosele/resena.asp?id=10#comen

 

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Serra e seu colonialismo linguístico

Odair Rodrigues 

A lei federal 11.161/2005 prevê que a língua espanhola seja oferecida como parte do currículo do ensino médio a partir de 2011. A entrada do espanhol nas escolas brasileiras tem motivos culturais, históricos, geopolíticos e econômicos, uma vez que a maioria dos países da américa, particularmente os do mercosul, são de origem hispânica ou possuem um número considerável de hispânicos em seu território, caso dos EUA.

Segundo reportagem da Revista da Educação http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12782 Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco, entre outros, já têm programa que visam preparar suas respectivas redes de ensino para a inclusão da língua espanhola na estrutura curricular.
O Estado do Paraná ainda oferece alemão, francês, italiano, japonês, ucraniano nos Centros de Língua Estrangeira Modernas – CELEM, de acordo com o interesse das comunidades. Há uma política de ampliação de ampliação dos CELEMs para permitir o acesso da comunidade ao ensino de língua estrangeira.

O governador José Serra, possível candidato à presidência da República pela aliança demo-tucana, é contra o pluralismo linguístico e prefere privilegiar, na rede estadual de ensino, apenas a língua inglesa. O decreto nº 54.758/09, publicado no Diário Oficial do Estado de 11 de setembro de 2009, afirma que que as línguas estrangeiras podem ser cursadas nos Centros de Estudos de Línguas, que também funcionam nas escolas públicas do Estado, porém não há acesso à comunidade, além de possuir apenas 77 escolas que disponibilizam o serviço para São Paulo.

Gustavo Leme Cezário Garcia presidente da Associação de Professores de Espanhol do Estado de São Paulo (APEESP), em artigo um artigo de novembro de 2009, afirma que “Agora, que a obrigatoriedade da oferta escolar da língua é iminente, José Serra apresenta um decreto que, ao invés de apontar para a qualidade na educação, aponta para sua precarização, através da terceirização das aulas e dos professores.”

Nem colonialismo, nem xenofobia

Serra opta claramente por uma política de colonialismo linguístico ao decidir que apenas a língua inglesa faça parte do currículo escolar do Estado paulista. O inglês deve continuar sendo ofertado, mas não com a exclusividade imposta pela política do “yes, my master” que o demo-tucanato e a ex-grande imprensa quer para o país. O edital do recente concurso para cerca de 10.000 professores da rede estadual paulista não prevê vagas para professores de espanhol, francês, japonês, etc, há vagas apenas a língua inglesa.

O pluralismo linguístico no ensino público é estratégico para qualquer país que deseja relações multilaterais no quadro internacional, sem depender de uma única fonte econômica, política e cultural para mediar suas relações.
A capacidade de compreender outros contextos culturais nos auxiliará a ver, por exemplo, como os frias, mesquitas, marinhos civitas e seus repetidores tratam preconceituosamente os povos de origem hispânica em suas mercadorias jornalísticas.
Além disso, com uma política que incentive o ensino diversificado de línguas estrangeiras na rede pública de educação, o povo brasileiro terá apossibilidade um contato maior com as realidades de outros povos, sem a mediação distorcida de uma elite anglocolonizada.

Espanhol, uma língua estratégica
A língua espanhola assume para nós brasileiros uma importância fundamental, ao contrário do divulgado pelos meios de comunicação privados que ou ridicularizam, ou a colocam como coisa de subdesenvovido.
Divergindo da elite “mieame-vice” da corte demo-tucana, estão os próprios estadunidenses : nenhum candidato à presidência dos EUA deixa de fazer campanha nas comunidades hispânicas e montam assessorias, falantes de espanhol, para conquistar um grande número eleitores. Isso não elimina o racismo da elite estadunidense, mas de qualquer forma há o reconhecimento da diversidade linguística em seu país e usam esse fator na política externa.

Para o Brasil, além da vantagem política e econômica, a língua espanhola será porta de acesso para outras muitas línguas faladas na américa hispânica, para as experiências sociais e históricas de nossos vizinhos, para a ciência e sabedoria desses povos.

A página da Associação de Professores de Espanhol do Estado de São Paulo – APEESP -http://www.apeesp.com.br/ – tem mais detalhes sobre o menosprezo do governo paulista em relação à lei que prevê a língua espanhola no currículo do ensino médio.

Esse menosprezopelo pelo ensino plural de línguas estrangeiras já sugere qual será a postura diplomática que Serra vai assumir caso seja presidente do Brasil; descalço e de joelhos, como fez a diplomacia festiva de FHC diante das gestões de Clinton e Bush Junior.

Por fim, o que é pouco falado, a ampliação do ensino de línguas estrangeiras na educação pública possibilita uma divulgação maior da língua portuguesa no exterior, como já vem acontecendo nos países do mercosul, afirmando assim uma política de mútuo respeito e soberania linguística, objetivo muito distante do que acena a administração demo-tucana de São Paulo.

http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=2937&id_coluna=68

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Recentemente, no dia 8 de fevereiro, um conhecido telejornal difundiu uma reportagem sobre a introdução da língua espanhola no ensino médio, informando a situação em vários estados. Na sua brevíssima duração, a descrição de São Paulo consistiu em afirmar que é o que apresenta “a pior situação”, já que não há no estado nenhum professor concursado para a disciplina. O dado, infelizmente verdadeiro, merece, no entanto, um esclarecimento: é o estado onde mais profissionais formados existem, e nunca o governo convocou concurso específico.

Só existe a língua como extracurricular nos Centros de Línguas do Estado. E a seleção que os professores passam para exercer neles não os transforma em efetivos, e nem sequer prioriza sua formação específica. O relato de uma professora na lista de discussão eledobrasil  sobre a recente atribuição de aulas para os CELs é contundente:

Tinha 7 turmas de espanhol, a primeira professora a ser chamada simplesmente escolheu 4 turmas, com aulas de manha e tarde de segunda a quinta, a segunda professora pegou o restante. Até aí fica compreensível, poucas aulas e muitos candidatos… o que revoltou é que essas professoras são de português! Nunca lecionaram espanhol! A terceira, a quarta e a quinta colocadas possuem vários anos de docência em espanhol em escolas privadas e ficaram sem aulas porque as duas primeiras tinham mais anos de docência em português no estado. Protestamos contra os critérios de seleção e ouvimos o absurdo:- ‘quem ensina português pode ensinar espanhol’ […] Quem perde com isso são os alunos e nós que investimos numa carreira e somos tratados como lixo!

Por que acontece isso tudo? Cremos que é resultado de que os governos de São Paulo nas últimas décadas, no seu planejamento para a educação pública, concebem o inglês como única língua a ser estudada pelos alunos.

Na contramão do que acontece no resto do país, onde a língua espanhola está sendo implantada, ou, em alguns casos, já era parte do ensino médio antes da nova Lei, o Secretário da Educação de São Paulo, ex ministro do governo FHC,  aprovou em novembro de 2008 a Resolução SE 76, que estabelece o inglês como única língua curricular obrigatória no estado todo, contrariando a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, que determina que cada comunidade escolar deve escolher a língua obrigatória. Veja-se um outro dado: as universidades do estado de São Paulo são praticamente as únicas no país que têm o inglês como única opção no vestibular.

Detido no tempo, em sabe-se lá que parte do século XX, o governo de São Paulo parece imaginar um mundo subordinado a uma única hegemonia, que fala inglês. Parece desconhecer a diversificação identitária que caracteriza o atual mercado de bens culturais, e sobretudo, ignorar as transformações geopolíticas que colocaram o Brasil em potencial liderança na América do Sul, região que já não é um “pátio traseiro” dos EU. Na visão ultrapassada do setor governante, a única língua que poderia abrir caminhos para um jovem brasileiro é o inglês.

Ora, será que ignoram que os acordos atingidos no MERCOSUL já permitem a qualquer brasileiro que termine o segundo grau cursar estudos superiores nos países vizinhos sem precisar fazer equivalências de disciplinas? É considerado o enriquecimento que pode significar para um brasileiro o estudo nas melhores universidades desses países, que além de serem prestigiosíssimas são gratuitas? E a legislação vigente desde 2004, que permite o estabelecimento em qualquer desses países sem visto prévio, permitindo inclusive trabalho remunerado apenas mostrando estar livre de antecedentes criminais? Acaso o conhecimento da língua espanhola não favorece o aproveitamento dessas oportunidades? Há algum país de língua inglesa que ofereça essas possibilidades aos brasileiros, especificamente àqueles que freqüentam a educação pública?

Agora, quando tardiamente e como resultado de pressões o governo finalmente decide a inclusão do espanhol na grade curricular, dá esse passo tentando que ele seja o mais curto possível. Só o inclui no primeiro ano, e, valendo-se do caráter facultativo da matrícula para o aluno, anuncia que realizará um “levantamento” por meio das diretorias de ensino para verificar qual é o interesse existente nos alunos em relação com a língua e, em função disso, quantas turmas procurará abrir.

Considerando os antecedentes mencionados, temos motivos para temer que o levantamento seja feito de modo que dê um resultado negativo. A APEESP propõe que o levantamento seja precedido por uma intensa divulgação, nas escolas e para os pais,das muitas vantagens práticas e concretas que aprender espanhol tem hoje para um jovem brasileiro, tanto em relação à sua inserção no mercado de trabalho quanto ao ganho de capital cultural. Pensamos que os setores interessados da comunidade devem ser convocados a participar do planejamento desse levantamento e da forte campanha informativa que deveria precedê-lo.

Nossa associação está em contato com a CENP (Coordenadoria de Estudos Pedagógicos) da SEE (Secretaria Estadual de Educação), à qual já encaminhamos essa proposta. Chamamos à APEOESP, às associações de pais, à UBES, e aos professores e alunos de graduação em espanhol das universidades que atuam no estado a se unirem a essa exigência, para começarmos a garantir que a educação pública em São Paulo deixe de ser uma ilha monolíngue.

Diretoria da APEESP

Gustavo Leme Cezário Garcia – presidente
Adrián Fanjul – vice-presidente

http://www.apeesp.com.br

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Marcia Paraquett
UFBA/Salvador-BA/Brasil
Resumen: El objetivo del trabajo es realizar una serie de consideraciones críticas en torno al rol de la lingüística Aplicada en el contexto de la enseñanza del español como lengua extranjera en Brasil. En estas páginas se realiza una presentación del tema de la integración americana desde el punto de vista social y cultural. Se relaciona posteriormente este tema con las necesidades específicas del alumnado brasileño y con el rol del español en el contexto educativo de ese país.
Introducción
La propuesta del artículo es presentar un nuevo discurso de la Lingüística
Aplicada (LA) a la enseñanza del español en el contexto brasileño, discutiéndolo desde una perspectiva social y comprendiéndolo como herramienta para la inclusión social y la interacción cultural en América Latina. Para una mejor organización de las ideas, lo dividiré en tres partes: en la primera, me referiré a la LA en Brasil, recurriendo a autores como Freire (2001), Santos (2007), Almeida Filho (2001), Moita Lopes
(2006), Mota (2004), Mendes (2007) y Paraquett (2007); en la segunda, a América Latina como espacio contemporáneo e intercultural, apoyándome en autores como Ribeiro (2001), Sarlo (2004), Pizarro (2006) y Galeano (2006); y, en la tercera, asociaré esos discursos a otros que confirman la (des)integración continental. Todo ello me ayudará a producir mi propio discurso y justificará la urgencia de acciones que promuevan una enseñanza/aprendizaje de español a brasileños que esté de acuerdo con las necesidades y particularidades de nuestro contexto.

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Márcia Paraquett
RESUMO
O texto trabalha com três questões: o lugar que ocupamos professores e pesquisadores de E/LE na área dos estudos de linguagem no Brasil; os documentos oficiais brasileiros no que se referem ao ensino/aprendizagem
de línguas estrangeiras; e algumas estratégias que contribuam para o fomento da educação continuada, para a autonomia das associações e para a melhoria dos cursos de formação de professores de espanhol.

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A importância do ensino da língua espanhola para nossos jovens

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Membro do Conselho Nacional de Educação

Lamentável a decisão do Governo do Estado de São Paulo de não oferecer neste primeiro semestre a língua espanhola como disciplina obrigatória no ensino médio nas escolas estaduais, como prevê a lei 11.161/05, a qual estabelece que, em 2010, a língua espanhola deve ser de oferta obrigatória no ensino médio em todo o país. Na verdade, o governo estadual não tomou nenhuma medida nos cinco anos de vigência da lei.
Tal decisão ignora por completo a importância da língua espanhola no atual contexto do Brasil no cenário latino americano e mundial. Hoje, o oferecimento da língua espanhola na formação de nossos jovens vai muito além do seu eventual desejo de dominar esta língua, mas é um instrumento que poderá permitir a abertura de novas perspectivas profissionais para milhares de estudantes da rede estadual de ensino.
Apenas para citar alguns exemplos, é preciso lembrar que o Brasil retomou e intensificou relações com dezenas de países de língua da espanhola na América Latina; que o MERCOSUL se consolidou e vem se ampliando; que teremos, nos próximos anos, no Brasil, dois eventos de grande magnitude: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. A demanda, portanto, por tradutores/intérpretes de língua espanhola tende a se ampliar, e muito.
Além destes exemplos, há que se perceber que está ocorrendo uma profunda alteração na inserção brasileira no contexto internacional, o que torna o ensino da língua espanhola nas escolas públicas não um elemento isolado, mas parte integrante de um projeto de nação. Se, antes, apenas um bloco de nações ricas (o chamado G8) determinava os rumos da política e da economia em todo o planeta, o Brasil teve um papel preponderante na criação de um novo bloco de nações, o G20, que tem grande influência nas decisões mundiais (sobretudo após a eclosão da crise financeira internacional) e deve crescer ainda mais no próximo período.
O governo de São Paulo comete grave erro ao adiar a implementação da lei 11.161/05. Mais uma vez, “empurra com a barriga” uma decisão importante e não se coloca à altura da responsabilidade de comandar o maior estado da federação, que deveria dar o exemplo em questão como esta. Não procede a alegação de que não há professores em número suficiente. É preciso abrir a demanda para que os professores se apresentem e para que se possam formar novos professores, de forma a suprir as necessidades da rede estadual.
O que ocorre é que o Governo do Estado de São Paulo adota neste caso a mesma postura que teve em relação a outras leis federais, como no caso do ensino fundamental de nove anos. Adotado pelo governo federal como um grande avanço em termos educacionais e de inclusão social, pois permite a inserção antecipada no sistema escolar de milhões de crianças que não têm acesso ao ensino infantil, o ensino fundamental de nove anos foi negligenciado pelo governo paulista e implementado apenas no seu prazo limite. Isto representou um atraso  para as crianças paulistas e um desrespeito a um direito assegurado em lei.
A política curricular da Secretaria de Estado da Educação, como já denunciamos em muitas oportunidades, está muito longe de atender às necessidades e interesses de nossas crianças e jovens. No momento em que uma medida federal altera o currículo do ensino médio, oferece uma nova perspectiva para estes jovens, o governo de São Paulo cria obstáculos para que isto se torne realidade. Com que direito o faz? Com que objetivo?
Na realidade, a língua espanhola, na prática, já é uma língua internacional. Somente a miopia de um governo preocupado com constantes disputas político-eleitorais não lhe permite ver esta realidade.
A APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) luta pela imediata implementação do ensino de língua espanhola na rede estadual de ensino de São Paulo e vai trabalhar para articular todos os setores para exigir o cumprimento deste direito social, reivindicando e forçando o cumprimento da lei 11.161/05, já!

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Ao Secretario da Educação do Estado de São Paulo, Prof. Dr. Paulo Renato de Souza.

À Presidente da APEOESP, Profa. Maria Izabel de Azevedo

À Diretoria da Fundação VUNESP

No dia 13 de dezembro do ano que acaba de terminar, o governo do estado de São Paulo realizou as provas do Processo Seletivo de Professores/Candidatos Temporários para atuarem nos Centros de Estudos de Línguas – CELs. A elaboração e aplicação das provas esteve a cargo da fundação VUNESP.

A prova de espanhol foi objeto de imediatos e veementes questionamentos dos professores devido a sua excepcional falta de qualidade e a sua nula relação com a bibliografia difundida dias antes na Resolução SE 87. Diante da situação e depois de consulta aos associados que fizeram a prova, a APEESP resolveu dirigir-se, por meio desta declaração pública, à Secretaria da Educação do estado, à Fundação VUNESP e ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do estado de São Paulo (APEOESP), para manifestar nossa compreensão da situação em que isso se enquadra.

A contestável prova é apenas mais um aspecto do descaso da Secretaria da Educação em relação à implantação da língua espanhola no ensino oficial. Como foi recentemente informado pela imprensa, o estado de São Paulo não deu nenhum dos passos necessários para o cumprimento da lei 11.161, que estabeleceu, há cinco anos, que em 2010 a língua espanhola devia ser de oferta obrigatória no ensino médio do país todo. A explicação dessa inação está no Decreto 54758-09 e na Resolução SE 83/09 que o complementa: o governo caminha para a terceirização da língua estrangeira no ensino regular, e o espanhol dará início a essa fonte de bons negócios para interesses alheios à educação pública.

Logo depois da aprovação da lei 11.161 o governo do estado fez as primeiras tentativas de favorecer interesses privados, fundamentalmente de empresas espanholas, com a implantação da língua. Em 2006 assinou um acordo com o Banco de Santander e o Instituto Cervantes para a habilitação de docentes com apenas um curso à distância de 600 horas. Devido à grande resistência mostrada pelos docentes das universidades paulistas, viu-se obrigado a desistir do caráter habilitante do curso, mas o mesmo continua sendo oferecido de um modo muito pouco transparente (apenas é encontrável no site de Universia, braço cultural do Banco de Santander) com certificação da Universidade de Brasília. Depois, ao longo destes três anos, recusou-se sistematicamente a receber os professores das universidades do estado, que protocolaram uma proposta especial de formação inicial para incrementar o número dos já muitos docentes habilitados para lecionar a disciplina. Também não foi respondido nenhum dos muitos pedidos de audiência da APEESP.

Nesse contexto aconteceu a prova para professores de CELs. Como eles não são efetivos, todos estão obrigados a fazer o processo seletivo apenas para manter suas horas de aula. A bibliografia foi divulgada somente 12 dias antes e permitia perceber o favorecimento dos mesmos interesses. Somente um dos 14 títulos da bibliografia era de produção nacional. Havia mais dois de orientação teórica geral, de origem inglesa e norte-americana, e todos os outros 11 eram espanhóis, sem qualquer reflexão sobre a vida da língua no Brasil, sobre suas relações com o português, nem sobre sua aprendizagem por brasileiros. Fato inexplicável, dado que existe uma amplíssima produção acadêmica e didática brasileira sobre espanhol, boa parte dela originada nas universidades do estado de São Paulo e acessível on line para os professores. Por que esse privilégio para a produção espanhola e esse desconhecimento da produção nacional e dos países vizinhos? A serviço de que interesses ou compromissos?

Finalmente, a prova aplicada evidenciou a nula importância dada ao processo seletivo. Seu conteúdo é um grosseiro desprezo pelos professores que suportaram filas em um domingo de chuva para serem colocados diante de um tosco exercício de principiantes.

Nenhuma das 60 questões da prova específica aborda qualquer temática relacionada ao que se espera de um professor de língua estrangeira, nem a partir das Orientações Curriculares Nacionais nem de qualquer documento de referência para o sistema educativo brasileiro, ou sequer de alguma concepção, moderna ou antiga, sobre o ensino-aprendizagem de línguas. Não se avalia a organização textual, nem o funcionamento discursivo, nem a coesão, nem a descrição gramatical, nem a habilidade leitora, nem sequer questões normativas ou qualquer outro conhecimento pertinente avaliável em uma prova de múltipla escolha. Também não se avaliam conteúdos metalinguísticos ou metadidáticos relacionados à bibliografia proposta.  As questões são construídas a partir de frases isoladas em que um item deve ser completado ou substituído. As frases são completamente inverossímeis e em muitos casos parecem piadas de conversa fiada para costurar palavras (os itens focalizados nas questões) de uso infrequente ou limitado a algumas regiões da Espanha (apenas um dos muitos países que, no mundo, falam espanhol). Chega-se ao absurdo de fazer com que acertos dependam do conhecimento da gíria do espetáculo taurino ou de fórmulas do conto infantil. Pesquisadores com doutorado e excelente conhecimento da língua que não tenham frequentado as arenas de touros ou que não tenham sido crianças hispano-falantes não teriam condições de resolver essas questões, que seriam respondidas de modo quase automático por nativos semi-analfabetos.

E o pior, mesmo dentro da lógica de charada de almanaque com que está concebida, a prova apresenta gravíssimas falhas técnicas. Das 60 questões, pelo menos 20 têm várias soluções possíveis na fala nativa que tentam recriar, precisamente por falta da mais elementar pesquisa sobre possibilidades de variação na língua, ou devido ao mero desconhecimento de estruturas sintáticas por parte dos elaboradores, que parecem ser nativos da língua (de uma de suas variedades) mas não evidenciam conhecimento sobre o seu funcionamento. Além disso, são ignorados princípios elementares da elaboração de testes, como o de não incluir, entre as alternativas, relações de sinonímia e/ou hiponímia. O governo do estado deveria indicar quem foi o responsável pela elaboração de uma prova tão ruim, absolutamente incapaz de avaliar os conhecimentos dos candidatos sobre a língua espanhola e tampouco os conhecimentos teóricos e didáticos necessários à docência.

Essa prova é sintoma de uma política que se mostra esgotada. É hora de a Secretaria da Educação do Estado abandonar a atitude errática de favorecimento dos interesses de empresas e governos estrangeiros, retomar o diálogo cortado há mais de três anos com aqueles que deveriam ser seus interlocutores naturais, fundamentalmente os departamentos específicos das universidades do estado, e desenvolver um planejamento acorde ao que estabelecem as leis e as orientações curriculares nacionais.

Por sua parte, cremos que a Fundação VUNESP deveria esclarecer publicamente até onde chegou sua atuação na prova, e se ela incluiu a responsabilidade sobre a elaboração da mesma, já que sua credibilidade fica claramente questionada por aparecer como a responsável por sua elaboração e aplicação.

A APEESP defende que a disciplina Língua Espanhola seja incluída na grade curricular do ensino médio da rede pública de ensino, integrada às outras disciplinas curriculares, de acordo com as leis, planos e orientações curriculares nacionais. A APEESP é contra a terceirização e privatização do ensino público.

É necessário, urgentemente, que o governo do estado elabore a proposta curricular para a disciplina Língua Espanhola mediante uma comissão formada por docentes das universidades públicas e por representantes dos professores da rede. Também é necessário que realize um concurso público para a contratação de professores efetivos, elaborado por especialistas de comprovada competência quanto à pesquisa e ao ensino de espanhol no Brasil e de acordo com as orientações curriculares nacionais.

Diretoria da APEESP

Gustavo Leme Cezário Garcia – presidente

Adrián Fanjul – vice-presidente

Benivaldo Araújo – 1º Secretário

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Por Mauro Santayana

Os elogios que partem do estrangeiro ao desempenho da economia brasileira devem ser recebidos com cautela. Se observarmos bem, eles não se destinam à nossa autonomia na administração do Estado, nem aos esforços a fim de reduzir as penosas desigualdades sociais que nos constrangem, mas ao fato de que continuamos (o que não é verdade inteira) a política de abertura do governo passado.

Ainda agora, o presidente Lula é agraciado, na Chattam House, em Londres, e, em Madri, a Fundação Marcelino Botin, do Banco Santander, encerrou, ontem, um seminário sobre o Brasil, visto como futura “potência latina”, desde, é claro, que mantenha abertas as suas portas aos investimentos estrangeiros. O Banco Santander, graças ao Brasil, é hoje o maior banco espanhol e um dos maiores do mundo. Como todos se recordam, o Santander adquiriu o Banco do Estado de São Paulo, em uma operação ainda não muito clara. Antes, já havia adquirido outros bancos menores. E, depois, adquiriu bancos maiores, entre eles o Amro. A Fundação Marcelino Botin é também presidida pelo senhor Emílio Botin, principal acionista do Santander, que também acompanha, com empresários brasileiros, a visita de Lula à Inglaterra. Há poucas semanas, o Santander Brasil aumentou seu capital, de mais de R$ 49 bilhões, para mais de R$ 61 bilhões.

Os mineiros ficam sempre desconfiados quando recebem excessivos elogios. A pergunta que se fazem é: o que estão querendo de mim? O que estão querendo do Brasil, com essa série de elogios, não só a seu presidente, mas ao país? Os espanhóis se encontram em uma situação econômica complicada, como todos sabem, e eles não conseguem escondê-la. Por que se interessarem tanto pela economia brasileira, a ponto de promoverem a reunião em Madri, com a presença de brasileiros, alguns membros do governo, e especialistas estrangeiros, em lugar de discutirem profundamente as causas da recessão em seu próprio país?

O jornal El País publicou ontem um artigo do jornalista conservador Federico Ysart Alcover, diretor do Observatório de Análises e Tendências da Fundação M. Botin, que promoveu o encontro sobre o Brasil. Nada pode ser mais explícito. Ele pergunta se o Brasil está disposto realmente a transformar-se em uma potência e esclarece, que, para isso, a sociedade e o governo devem continuar a política do governo anterior, de abertura dos mercados aos estrangeiros, e aprofundar a globalização. É interessante que se faça o elogio do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, nas mesmas horas em que o ex-presidente entra em cena com seu artigo-plataforma. Federico Ysart é homem ligado ao Banco Santander há muitos anos, e pertenceu ao governo conservador de Adolfo Suarez. Foi, ainda, deputado federal pela UCD. E lhe coube coordenar o encontro de Madri, ontem concluído.

O banqueiro Emílio Botin é filho e neto de banqueiros da Cantábria, e não esconde que deu a sua maior jogada ao entrar no mercado financeiro brasileiro. Está sempre em nosso país, onde transita com grande desenvoltura, sendo figura constante nas festas e outros eventos sociais. O rei Juan Carlos concedeu, recentemente, à sua esposa, a pianista Paloma O’Shea, o título de Marquesa de O’Shea, o que fez de Emilio Botin o Marquês Consorte de O’Shea.

Desde o fim do franquismo, com a morte do ditador e a assunção do poder por Adolfo Suarez, os espanhóis decidiram recolonizar a América Latina. Os governos – incluídos os socialistas –, a partir de então, passaram a investir tudo nessa ofensiva, financiando a compra de empresas em nosso continente, mesmo à custa do aumento brutal de sua dívida pública, uma das maiores do mundo. Com a velha arrogância ibérica, chegaram a tratar governantes de nossos países como vassalos, como fez o direitista Aznar com o presidente Duhalde, da Argentina, a quem telefonava dando ordens e exigindo explicações. E nem vale a pena lembrar o “por qué no te callas” de Juan Carlos, em inaceitável ofensa ao presidente da Venezuela.

Enquanto o desemprego grassa na Espanha, seus empresários enchem os bolsos com os lucros obtidos em nossos países. Aqui, a Telefónica disputa a compra da GVT, para ampliar, ainda mais, a sua presença na telefonia brasileira. O seminário de Madri deve ser visto dentro desse quadro de fundo. É melhor dispensar as lisonjas, que soam interessadas, e criar instrumentos jurídicos e políticos que lhes fechem o caminho.

http://www.jblog.com.br/politica.php?itemid=17045

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Texto publicado nos Anais do II Simpósio Internacional de Análise Crítica do Discurso (USP, 2007).


O DISCURSO MERCANTILISTA NA PROMOÇÃO DO ESPANHOL NO BRASIL: UMA ABORDAGEM CRÍTICA

Ariel Novodvorski (UFMG)

Professor de espanhol do ILEEL/UFU, Doutorando pela UFMG

Resumo: Este artigo objetiva analisar o momento de mudança social e discursiva, em relação ao espanhol no Brasil, caracterizado por um discurso mercantilista. São analisados exemplos tomados de notícias jornalísticas da Espanha, utilizando a Análise Crítica do Discurso (VAN LEEUWEN 1995; 1996) e a Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004), observando a representação dos atores e da ação social e sua realização lingüística.

Palavras-chave: espanhol no Brasil; discurso mercantilista; representação dos atores sociais; Análise Crítica do Discurso.

Abstract: This paper aims at analyzing the moment of social and discursive change, concerning Spanish in Brazil, characterized by mercantilistic discourse. One analyzes examples from journalistic news from Spain, using Critical Discourse Analysis (VAN LEEUWEN, 1995; 1996) and the Systemic Functional Grammar (HALLIDAY and MATTHIESSEN, 2004), observing the representation of social actors and action together with its linguistic realization.

Keywords: Spanish in Brazil; mercantilistic discourse; representation of social actors; Critical Discourse Analysis.

Introdução

Neste artigo é abordado o momento atual de mudança social e discursiva no Brasil, em relação à língua espanhola, se considerado o longo período de esquecimento e desprestígio vivenciado por essa língua, no sistema de ensino brasileiro. Em contraste com um passado não tão remoto, o momento atual está marcado por profundas mudanças de atitude diante do espanhol no Brasil, podendo citar, entre outros, sua inclusão no ensino médio, após a aprovação da lei 11.161, de 5 de agosto de 2005, que obriga as escolas públicas a se reestruturarem num prazo de cinco anos para oferecer o ensino de espanhol. Moreno Fernández (2005:18) caracteriza o início do século XXI como um momento de “bonança, auge e prestígio” para o espanhol no Brasil. Entre as justificativas sugeridas para enquadrar esse momento de mudança, são apontados a criação do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) e o processo de integração latino-americana (MORENO FERNÁNDEZ, idem; DAHER e SANT’ANNA, 1998; IRALA, 2004; MOITA LOPES, 1999).

O presente trabalho visa analisar criticamente, portanto, esse momento de mudança discursiva. Parte-se da observação que as notícias sobre a inclusão e importância do espanhol no Brasil, principalmente advindas da Espanha, costumam estar marcadas por fatores de índole econômica que sobressaem aos culturais ou da língua em si. Os exemplos a ser analisados são tomados de um corpus lingüístico formado por uma série de artigos jornalísticos publicados por El País (Espanha). Na contextualização, são apresentados alguns exemplos coletados da Folha de São Paulo (Brasil) e do Clarín (Argentina), com o intuito de enquadrar o momento a partir da visão desde outras perspectivas. Todos os textos correspondem a sua versão on-line e cobrem um período de dez anos (1998-2007). Esse corpus integra uma pesquisa ainda em andamento, portanto, não serão apresentadas conclusões em termos quantitativos.

O referencial teórico utilizado é o da Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 1989; 1992), enquanto metodologia aplicada à compreensão dos momentos de mudança e de problemas sociais vigentes, na tentativa de revelar opacidades discursivas, e a Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1978; HALLIDAY e MATTHIESSEN, 1999; 2004), uma vez que oferece as categorias de análise necessárias, para entender o papel desempenhado pela língua na cultura e no mundo social. São analisados os padrões de representação dos atores e da ação social, mediante a aplicação das categorias sócio-semânticas propostas por van Leeuwen (1995; 1996), assim como as realizações lingüísticas dessas representações. Este trabalho é apenas uma leitura, dentre muitas outras interpretações possíveis, não se restringindo, em absoluto, a futuras contribuições.

  1. Contextualização

Segundo Moreno Fernández (2005:17), “a presença do uso e aprendizagem do espanhol no Brasil do último século, com exceção, talvez, das áreas mais ao sul, foi reduzida e marginal”. Esse autor também destaca o escasso interesse pelo estudo da língua e a pouca importância dada ao espanhol pelo sistema educativo brasileiro no século XX. Em contrapartida, o autor caracteriza o momento atual como um crescimento que considera “espetacular”, configurando uma situação “muito diferente” em suas palavras. Daher e Sant’Anna (1998:106), analisando a relação ensino/cultura, observam que, no passado, o espanhol estava marcado pelo “desprestígio social das manifestações culturais expressas nessa língua” e, na atualidade, pode-se observar um “vertiginoso crescimento da demanda pelo seu ensino”. Antes, o espanhol era uma língua de pouco prestígio social no Brasil e, agora, constitui-se em objeto de interesse.

Na tentativa de entender o modo como o espanhol conquistou esse prestígio no Brasil, nos últimos anos, Moreno Fernández (2005:18) menciona três fatos que considera de notável importância na vida econômica, social e cultural do país: a criação do Mercosul, a chegada de grandes empresas de origem espanhola e os estreitos vínculos comerciais com a Espanha. As causas mencionadas pelo autor somente se referem, como se pode observar, a fatores econômicos e de mercado, delineando, assim, o objeto desta pesquisa. Irala (2004:105-106) aborda a questão das justificativas que fazem referência ao MERCOSUL, para a obrigatoriedade do ensino de espanhol no Brasil, e menciona as notícias de otimismo divulgadas em jornais espanhóis. A autora afirma que, “sendo o Mercosul o ponto de referência, é no mínimo contraditório que a Espanha seja o país mais interessado na concretização da obrigatoriedade”.

Um artigo publicado pelo jornal argentino Clarín reforça as afirmações de Irala, ao adjudicar à Espanha o impulso da lei pelo ensino de espanhol no Brasil. O artigo, que se intitula “O idioma, um passaporte para ganhar mais dinheiro”, inicia da seguinte maneira: “BRASIL: AS VENDAS DE LIVROS EM ESPANHOL ALCANÇARIAM US$ 1,5 BILHÃO. Espanha chegou ao Brasil com sua indústria editorial e agora impulsiona uma lei para o ensino do idioma tal como se fala na Espanha. Argentina assiste de fora” (Clarín, 28/08/2000, grifos nossos).

Outros exemplos que ilustram o entusiasmo, na Espanha, pela aprovação da lei e conseqüente obrigatoriedade do ensino de espanhol no Brasil, registrado nos jornais da Espanha, do Brasil e da Argentina, podem ser observados nas seguintes manchetes: “Espanha descobre o petróleo da língua” (El País, 24/03/2007), “O Banco Santander ensina a falar espanhol no Brasil” (El País, 07/09/2006), “O Instituto Cervantes formará mais de 230.000 professores para que ensinem espanhol no Brasil” (El País, 13/07/2005), “No ensino de espanhol, dinheiro e prestígio entram em jogo” (Clarín, 15/11/2004), “Giro de capitais de América Latina, cinco séculos depois” (Clarín, 24/11/2006) e “Troca de dívida pode favorecer o ensino do espanhol no Brasil” (Folha de São Paulo, 14/10/2005).

Nos exemplos anteriores, torna-se notória a presença de um discurso marcadamente mercantilista, quando o assunto é o ensino do espanhol no Brasil. As escolhas lexicais denotam uma tendência promocional, quando associam a língua a petróleo, ao Banco Santander, a uma enorme quantidade de professores por formar, a dinheiro e prestígio, ao giro de capitais, ao favorecimento pela troca da dívida. O posicionamento da Espanha, como principal articulador dos processos, encontra-se legitimado nas ações dos exemplos citados: por ser quem descobre a riqueza da língua (petróleo), quem está autorizado a ensinar a falar espanhol no Brasil por meio de um banco, quem formará os professores por meio de seu Instituto Cervantes, assim como na expressão “cinco séculos depois”, que retoma um passado de conquista e colonização. Alguns desses exemplos serão retomados na seção de análise.

  1. Referencial teórico

No marco desta análise são utilizados, por um lado, os princípios da Lingüística Sistêmico-Funcional (LSF), na compreensão da linguagem como semiótica social (HALLIDAY, 1978), e, por outro lado, a Análise Crítica do Discurso (ACD), no entendimento da linguagem como prática social (FAIRCLOUGH, 1989; 1992). A linguagem e o contexto social, numa relação de mútua realização, e a língua como sistema e instituição social (HALLIDAY, 1978; MARTIN, 1992; 1997; EGGINS, 2004) são alguns dos princípios norteadores da LSF. A ACD se apropria desses fundamentos e alarga a análise para as relações opacas entre práticas discursivas, eventos e textos, por um lado, e estruturas sociais e culturais, por outro.

Segundo Fairclough (2001), os textos surgem de relações e lutas de poder, sendo formados ideologicamente. O uso da linguagem, nessas abordagens, tem por função construir significados, influenciados pelos contextos de situação e de cultura em que são negociados. Essa construção de significados é também um processo semiótico, enquanto significados construídos por oposição, entre as escolhas realizadas no sistema, e aquilo que poderia ter sido escolhido, mas que não foi. Nesse sentido, o uso da linguagem é, portanto, funcional, semântico, contextual e semiótico (EGGINS, 2004:3). Halliday (1978) aborda a linguagem como recurso semiótico e metafuncional, como um desenvolvimento especializado das necessidades sociais (1) de estabelecer relações interpessoais, (2) de representar as experiências externas e internas do mundo, e (3) de organizar as mensagens em forma de texto para a comunicação entre pares, possibilitando, assim, a participação em instituições.

Este artigo focaliza a representação da experiência no sentido hallidayano, isto é, o componente experiencial da metafunção ideacional, seguindo a proposta de análise crítica de van Leeuwen (1995; 1996), na observação de padrões de inclusão e exclusão de atores sociais. Esse autor elabora um inventário sócio-semântico de representação, tanto da ação social como dos participantes constituídos nos textos, para, depois de aplicar as categorias de análise, observar o padrão de realização lingüística. A justificativa para esse procedimento é que nem sempre a agência sociológica coincide com a lingüística. Van Leeuwen propõe um quadro de distribuição de papéis, apontando formas de encobrimento e supressão, segundo interesses e propósitos de legitimação em relação aos leitores a quem os textos se dirigem.

Seguindo Butt, Lukin e Matthiessen (2004) e as ordens dos sistemas propostas por Halliday e Matthiessen (1999), para que o espanhol se constitua significativamente na sociedade brasileira, há uma evolução pela que deverá transitar, indo do sistema físico ao biológico, acrescentando o valor vida, passando pelo sistema social, acrescentando o componente dos valores e chegando ao sistema semiótico em que se constroem os significados. Assim, a análise dos textos produzidos, nesse processo de construção de significados, proporciona uma mostra do modo como são realizados pela semântica os contextos de cultura e de situação, e, passando pelo estrato da léxico-gramática, do modo como os significados são materializados na escrita.

  1. Análise

A seguir, são analisados alguns exemplos, tomados de um corpus jornalístico de notícias on-line, que abordam a questão do espanhol no Brasil e ilustram o foco desta pesquisa. Em primeiro lugar, aplicam-se os princípios da TRANSITIVIDADE na análise do componente experiencial, tal como postulados por Halliday e Matthiessen (2004), para depois estabelecer um contraste com a análise pela abordagem crítica de van Leeuwen (1995; 1996).

Exemplo 1. “El español se abre paso en Brasil. El idioma español se extiende vertiginosamente por Brasil, impulsado por los vientos de la globalización, por el proceso de integración latinoamericana y por el vigoroso ingreso de capitales españoles en el país” (El País, 19/08/1998).

O fragmento apresenta três processos (“abre”, “extiende” e “impulsado”), todos materiais, pois dizem respeito ao fazer no mundo, relacionando participantes e circunstâncias. O processo “abre” relaciona um ator, “El español”, a uma meta, “paso”, e a um beneficiário da ação, “se”, o próprio espanhol, pois “se abre paso” (a si mesmo). O grupo preposicional “en Brasil” configura uma circunstância locativa de lugar na oração. O processo seguinte, “extiende”, relaciona os participantes “El idioma español” (ator) e “se” (meta), ele mesmo. Há duas circunstâncias: o grupo adverbial “vertiginosamente” é o modo como o idioma se estende, e o grupo preposicional “por Brasil” é o lugar onde isso ocorre. O processo seguinte, no fragmento, é “impulsado”, que se encontra na voz passiva, articulando, elipticamente, “el idioma español”, que funciona como meta, e os atores “los vientos de la globalización”, “el proceso de integración latinoamericana” e “el vigoroso ingreso de capitales españoles”. “En el país” (Brasil), como nos casos anteriores, configura uma circunstância locativa de lugar. Ainda é possível observar a ocorrência de duas metáforas gramaticais. Seguindo a perspectiva hallidayana, “proceso de integración latinoamericana” e “ingreso de capitales españoles” seriam realizações metafóricas de outras formas que o autor considera mais congruentes (“Latinoamérica se integra” e “capitales españoles ingresan”).

Criticamente, segundo a abordagem de van Leeuwen (1995:90), é interessante a distinção entre ações afetando pessoas, por um lado, e outro tipo de “coisas”, por outro. Esse autor destaca a importância de notar, na análise, quais participantes se encontram ativados, quais apassivados e em que contextos. Aplicando ao mesmo exemplo anterior as categorias propostas por van Leeuwen, podem-se observar algumas divergências em relação à análise gramatical pela TRANSITIVIDADE. O ator social español é representado, por ativação, nas formas “El español” e “El idioma español”, e, por apassivação, na forma “capitales españoles”, por ser um pós-modificador de “capitales” que, por sua vez, é pós-modificador de “ingreso”. Também o participante Latino América, em sua ocorrência “integración latinoamericana”, encontra-se apassivado pela mesma razão do caso anterior, funcionando como um pós-modificador de “integración” que pós-modifica, por sua vez, “processo”.

Comparando os atores sociais “latinoamericana” e “españoles”, em “integración latinoamericana” e “capitales españoles”, percebe-se que, apesar de ambos estarem apassivados, o ator “españoles” possui mais agenciamento que “latinoamericana”, por integrar como atributo de “capitales” um grupo preposicional que pós-modifica o nome processual “ingreso”, estando ligado, assim, à ação material de ingressar no país (Brasil). Os casos de “integración” e de “ingreso” são categorizados, também, como ações materiais por Van Leeuwen, só que realizadas por grupos nominais. A primeira é interativa, pois envolve atores humanos na transação, e a segunda é uma não-transação, pois os capitais espanhóis simplesmente ingressam. O ator social Brasil está representado, em suas três ocorrências, “en Brasil”, “por Brasil” e “en el país”, por apassivação e circunstanciação.

Outra categoria de análise é a associação, caracterizada por grupos de atores sociais representados como aliados num mesmo propósito ou atividade. No exemplo anterior, “globalización”, “integración latinoamericana” e “capitales españoles” são representados por associação, na atividade de impulsionar o idioma espanhol no Brasil. Van Leeuwen (1996:40) analisa que os processos de agenciamento também podem ser realizados por adjetivos. Por exemplo, poder-se-ia perguntar quem é que julgaria ser “vigoroso” o ingresso de capitais espanhóis no Brasil. Na realização pelo grupo adverbial, também caberia a mesma pergunta para “se extiende vertiginosamente”. Quem estaria julgando que a extensão do espanhol no Brasil acontece “vertiginosamente”?

Exemplo 2: “El español conquista Brasil” (El País, 08/05/2000).

A escolha deste exemplo ocorre em função de ilustrar a categoria sobredeterminação por simbolização. A ação material de conquistar está sobredeterminada, na medida em que participa de duas práticas sociais, legitimando ambas. Por um lado, no momento atual, a língua espanhola conquista, agrada, seduz os brasileiros; por outro lado, a escolha do termo “conquista” não é aleatória, remete a um passado de conquista e colonização, de avanço no território, só que hoje realizado pela língua espanhola. Essa sobredeterminação ocorre por simbolização, pois “conquista” também simboliza um passado mítico, segundo van Leeuwen (1995:100), um passado de conquista já transformado em mito, aliás, um mito bastante questionado na atualidade.

Exemplo 3: “El Banco Santander enseña a hablar español en Brasil” (Cinco Días – El País, 07/09/2006).

Este exemplo configura outra ocorrência de sobredeterminação, mas, desta vez, quem se encontra sobredeterminado é o ator social Banco Santander. Ao ser representado numa prática social para a qual o ator não está qualificado (um banco não se dedica a ensinar línguas estrangeiras), há uma situação de inversão por desvio, segundo van Leeuwen (1996:64-65). O Banco Santander está sobredeterminado, sendo legitimadas suas ações tanto no âmbito financeiro como em suas intervenções no que diz respeito ao ensino de espanhol no Brasil. Provavelmente, a intenção do autor do texto seja que os leitores reconheçam o esforço do Santander pelo ensino do espanhol no Brasil. Isso é realizado por meio de uma inversão na caracterização do banco, desviando a atenção para outro foco de ação, apresentando-o como autorizado a desempenhar uma função diferente da que corresponde a um banco. Quem lê poderia pensar que aprender a falar espanhol, no Brasil, é uma atividade mediada pelo banco.

Exemplo 4: “Se necesitan profesores de español. César Antonio Molina, director del Instituto Cervantes, asegura que satisfacer la demanda de aprendizaje exigirá la formación de cientos de miles de profesores de español (…). El gobierno brasileño calcula que sólo en el Estado de São Paulo habrá que formar a unos 210.000 profesores para ofrecer la opción del español en toda la educación secundaria (…). El Banco Santander financiará la formación de parte de estos profesores” (El País, 24/03/2007).

Neste último exemplo, são analisadas algumas categorias propostas por van Leeuwen e ainda não mencionadas. César Antonio Molina é nomeado por semi-formalização, pois são citados seus nomes e sobrenome. Também é titulado por honorificação, ao ser apresentado como diretor do Instituto Cervantes. O Instituto Cervantes, o Governo Brasileiro e o Banco Santander estão especificados por individualização; mas, é importante observar que esses atores participam de ações diferentes no exemplo. O Instituto Cervantes é legitimado pelas afirmações de seu diretor, cujos comentários sobre a situação do espanhol no Brasil são inseridos no texto, provendo um caráter de autoridade. O Banco Santander é o ator na ação material de financiar a formação de parte dos professores. Já o Governo brasileiro, ao calcular a quantidade de professores que serão necessários, é representado como experienciador num processo mental (uma reação mental cognitiva, nos termos de van Leeuwen, 1995).

Os professores, neste exemplo, estão assimilados e representados por agregação, isto é, são tratados como um número, quantificados em expressões como “cientos de miles de profesores”, “210.000 profesores” e “parte de estos profesores”. Ainda cabe observar, neste último exemplo, o apagamento de beneficiário que ocorre em “la demanda de aprendizaje exigirá la formación” e o encobrimento do ator em “en el Estado de São Paulo habrá que formar a unos 210.000 profesores”. O beneficiário no processo “exigirá” e o ator em “habrá que formar” não se encontram nessas orações, como para completar os significados dessas ações. Mas, essa exigência da formação vai para quem? Quem é exigido? A quem caberá formar os professores? A resposta não se encontra muito longe: apesar dessas supressões, em outro lugar do texto, os atores incluídos e ativados já assumem essa tarefa.

Conclusão

Os exemplos apresentados neste artigo delineiam o que entendemos como um momento de promoção do espanhol no Brasil, marcado por um discurso fortemente mercantilista. As questões econômicas são recorrentes e, freqüentemente, sobressaem às culturais ou da língua em si. Estando as escolhas lingüísticas atreladas à construção de significados, tal como apontado na descrição do quadro teórico, não acontecem, gratuitamente nos textos, expressões como “petróleo da língua”, “Troca da dívida pode favorecer o ensino de espanhol no Brasil”, “O Banco Santander ensina a falar espanhol no Brasil”, “O idioma, um passaporte para ganhar mais dinheiro”, entre outros.

O jornal espanhol El País tem acompanhado e noticiado o processo prévio e posterior à aprovação da lei sobre a obrigatoriedade do ensino de espanhol no Brasil. Diversos artigos entusiastas foram publicados sobre o assunto, construindo, nos textos, a representação do que significa para Espanha essa situação de inserção do espanhol no Brasil. O jornal argentino Clarín considerou, em uma de suas edições (28/08/2000), que Espanha teria chegado ao Brasil com sua indústria editorial e que “agora impulsiona uma lei para o ensino do idioma”.

Este trabalho proporcionou a contextualização do momento em que se discute a inserção do ensino de espanhol no Brasil, e a análise de alguns exemplos que ilustram tanto o foco e a pertinência desta pesquisa, como a aplicabilidade do referencial teórico apresentado. A análise realizada é apenas uma leitura crítica de um momento de mudança social e discursiva em torno do espanhol no Brasil, como já foi mencionado, não constituindo a única interpretação possível, nem se fechando a futuras contribuições.

Na análise, o espanhol foi representado, principalmente, pelo papel de ator, em processos materiais, representado por ativação; enquanto que o Brasil foi construído, quase na totalidade das vezes, como uma circunstância, um lugar a ser ocupado. Os professores foram representados como um dado estatístico, um número, sempre quantificados. Em função do exposto, podemos concluir, junto com Del Valle e Villa (2005:226), que nos encontramos diante de um momento de política lingüística de promoção do espanhol no Brasil, de cunho mercantilista, cabendo a necessidade de um olhar mais crítico para vislumbrar os interesses de poder disfarçados, principalmente, quando apresentados sob uma máscara de naturalidade.

Referências

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DAHER, Maria del Carmen F. González; SANT’ANNA, Vera Lúcia de A. “¿Lo ajeno, más que lo propio parece bueno?” Um estudo das atitudes dos professores de espanhol como LE no Rio de Janeiro. Pelotas: Linguagem & Ensino, Vol. 1, No. 1, 1998. p.105-114.

Del VALLE, J.; VILLA, L. Lenguas, Naciones y Multinacionales: las políticas de promoción del español en Brasil. Revista da ABRALIN, vol.4. Nos 1 e 2, dez. 2005. p.197-230.

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HALLIDAY, M.A.K. Language as Social Semiotics: The Social Interpretation of Language and Meaning. London: Edgard Arnold, 1978.

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IRALA, Valesca Brasil. A opção da variedade de Espanhol por professores em serviço e pré-serviço. Pelotas: Linguagem & Ensino, v. 7, n. 2, jul./dez. 2004. p. 99-120.

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MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Fotografias da Lingüística Aplicada no Campo de Línguas Estrangeiras no Brasil. DELTA. 1999, vol.15, nº. especial, p.419-435. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44501999000300016&lng=en&nrm=iso

Acesso em 24 de maio de 2006.

MORENO FERNÁNDEZ, Francisco. El español en Brasil. In: SEDYCIAS, J. (org.). O ensino do espanhol no Brasil: passado, presente, futuro. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. p. 14-34.

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Nossa tradução de: “la presencia del uso y aprendizaje del español en el Brasil del último siglo, exceptuando talvez las áreas más sureñas, ha sido reducida y marginal”

Nossa tradução de: “El idioma, un pasaporte para ganar más plata. BRASIL: LAS VENTAS DE LIBROS EN ESPAÑOL ALCANZARÍAN US$ 1.500 MILLONES. España llegó a Brasil con su industria editorial y ahora impulsa una ley para la enseñanza del idioma tal como se habla en España. Argentina lo ve desde afuera”.

Nossa tradução de: “España descubre el petróleo de la lengua”, “El Banco Santander enseña a hablar español en Brasil”, “El Instituto Cervantes formará a más de 230.000 profesores para que enseñen español en Brasil”, “En la enseñanza del español se juegan plata y prestigio”, “Giro de capitales de América Latina, cinco siglos después”.

O espanhol se abre caminho no Brasil. O idioma espanhol se estende vertiginosamente por Brasil, impulsionado pelos ventos da globalização, pelo processo de integração latino-americana e pelo vigoroso ingresso de capitais espanhóis (nossa tradução).

O espanhol conquista o Brasil (nossa tradução).

O Banco Santander ensina a falar espanhol no Brasil (nossa tradução).

Precisam-se professores de espanhol. César Antonio Molina, diretor do Instituto Cervantes, afirma que satisfazer a demanda de aprendizagem exigirá a formação de milhares de professores de espanhol (…). O governo brasileiro calcula que, só no Estado de São Paulo, será necessário formar uns 210.000 professores para oferecer a opção do espanhol em todo o ensino médio (…). O Banco Santander financiará a formação de parte destes professores (nossa tradução).

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